O mundo de Palavras: 02/01/2013 - 03/01/2013

Bem Vindo/a

Sejam bem vindos ao "Mundo de Palavras", este é um blogue de autor e parte integrante do projecto Poesia Portugal, nascido a 1 de Janeiro de 2009 tem como principal objectivo levar a poesia e a minha opinião pessoal mais longe, tem também como objectivo unir o público e os escritores através do projecto Poesia Portugal.

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Saudações
José Pina

25/02/2013

As Crianças


Prosa

Não me vou apresentar.
O tratamento que me dão é pior do que odiar, é simplesmente passar e não olhar.
Porquê? Porque passei 10 anos de vida a tentar ser igual a quem come à mesa com a família e, mais importante que isso, ter dinheiro para curar as minhas perdas.
Mesmo assim fui feliz: a viver numa lixeira com restos, restos de quem não me quis dar a mão e deu só um dedo para me segurar.
Eu cresci acreditem, é facto. Sou tão alto, que me conseguem ver no céu a passear com as nuvens.
E tão baixo, que fiquei reduzido a cinzas espalhadas por Luanda. Não é o que estão a pensar, eu sou mesmo negro e o meu último porto de abrigo foi o chão.
Ainda me lembro do meu nome, penso que era ou é Rami.
Disseram-me que nasci a meio da guerra civil e a minha mãe foi baleada no peito mal dei os primeiros passos.
Os meus brinquedos foram ferramentas de escravatura e nos intervalos, ia com a minha irmandade de rua jogar à bola com uma improvisação de malha. Não se iludam com barrigas e cordões umbilicais.
Todos vocês, tal como eu, são feitos de lava que ferve nas vossas veias.
Mas aquilo que aprendi, é que essa lava também vos congela.

Olá Rami, o meu nome é Carlos.
O que te posso dizer, é que ao contrário de ti não nasci em plena guerra, se bem que o meu percurso foi parecido ao teu.
Nasci a 10 de Abril de 1991, um bom ano para se ser uma criança, tudo era bonito, havia dinheiro e condições para ser educado.
Cresci e descobri alguns significados de palavras que para mim não faziam parte do meu dia a dia, "crise,recessão,poupança,dividas".
Todas estas palavras nasceram nos últimos anos no meu dia a dia, sabes quando era criança várias vezes me deparei com campanhas de apoio a crianças como tu, que tiveram azar desde a nascença.
Apesar de nunca ter conhecido nenhuma na tua situação enquanto pude sempre tentei ajudar nessas  campanhas, hoje a ironia do destino virou o barco e por cá temos também crianças na pobreza.
É diferente Rami, eu sei que sim, mas muitas das nossas crianças sofrem em silêncio por cá, infelizmente a vergonha faz também parte do dia a dia delas.
Os meus brinquedos eram vários, desde a bola ao já mais recente computador, até aos jogos de crianças tais como o quarto escuro e a apanhada.
Aquilo que aprendi nestes anos, é que o barco pode virar mesmo sem haver ondas, por isso convém sempre sabermos nadar.
Um sincero abraço de Portugal

Poesia

De Olho arregalado,
pergunta com persistência.
Porque o céu é azulado,
Como pôde vir à existência?
Com um sorriso envergonhado,
procura pela sua referência.

Horas e horas sem parar,
O mundo volta a fazer sentido.
Quando encontra a segurança num simples abraço,
que de afecto e amor desmedido.
na duração daquele pequeno compasso,
torna as palavras irrelevantes para explicar.

A doçura de sua ingenuidade,
encanta qualquer ser.
que com toda a sensibilidade,
procura vir a ter.
tal tesouro de valor inestimável,
e tão simples de manter.

São meninos neste mundo,
são os anjos deste perjúrio.
Prejudicados sem a consciência,
que lhes roubam o futuro e não lhes deixam esperança.

São eles quem com a sua inocência,
conquistam corações com a sua independência.
Eles são os anjos deste mundo,
que infelizmente os maltrata tão a fundo.

Os anjos deste mundo com um futuro penhorado,
numa história repetida a um ritmo diário.
Eles são seres secundários neste mundo totalmente primário,
e mesmo assim não desistem de lutar pelo seu futuro com a força do seu próprio horário.

José Pina, Paulo Alexandre Henriques e André Oliveira.
Tema "Crianças"

22/02/2013

Devaneio num novo mundo

"Devaneio num novo mundo"

Sábado á tarde,dia de devaneios, sozinho em casa, escutava uma rádio numa lingua diferente, por essa altura o facto de ser inglês não ajudava nesta estadia por Portugal.

Ouvia um dos estilos mais conhecidos de música por cá, o Fado !!!

Pensava se conseguiria triunfar nesta estadia que pretendia definitiva, fugi dos problemas que o meu próprio pais me apresentava, o tão desejado "American Dream" nunca fez parte da minha realidade de vida.

Tu tinhas saido horas antes para procurar os tão famosos pasteis de Belém, eu aguardava te no sitio do costume, enquanto aos poucos e poucos ia tentanto ambientar me a todo um novo pais.

Chegaste 2 horas depois , contaste me que na rua encontraste de tudo um pouco, desde mendigos a pessoas do mais alto gabarito, enquanto falavas os teus lábios na minha visão transformaram se no sonho.

Fizemos amor durante a tarde, interrompidos com os tais pasteis que tão bem encaixavam naquele ambiente de ternura e cumplicidade.

Já noite, jantámos e enquanto me preparava para seguir para o emprego, perguntaste me se gostava de ter filhos e qual o sexo que preferia, deixaste me sem palavras pois não me interessa o sexo da criança desde que fosse para sermos felizes.

Segui para o emprego, durante a noite batalhava pelo sonho que a realidade teimava em afastar.

Já de manhã e cansado regressei a casa, apesar da dificil adaptação fazias a realidade ser diferente por algumas horas.

Devaneio dia após dia, em busca do tal sonho, não sei se ele um dia chegará mas sei que lutar fará sempre parte do nosso sonho.

José Pina

Improviso

"Improviso"

Não peço que aceites o que lês, peço que penses no que lês.
Andas sempre a falar em palavras que no fundo não sabes o que são, enganas quem de ti procura cumplicidade, para ti é vida é apenas fazer parte da tua vaidade.

No dia em que o mundo te virar as costas, vais perceber que te faz falta aquela mão que chutaste para o lado, vais perceber que não adianta ser idolatrado quando no final das revisões tornaste te mais um a ser ignorado.

Esse dia chegou, o teu desespero foi maior que a vontade de continuar, imaginaste te aquele pássaro a voar sobre o rio mas esqueceste te que não eras um pássaro, caíste nas águas mais fundas de um rio que insiste em levar vidas em troca de oferecer peixe.

Podias ter tentado debater te contra essa vontade que te fazia querer fugir do mundo, podias ter sido tu a ter a força de mesmo sozinho enfrentar o mundo pelos "cornos" e lutar para centímetro a centímetro e passo a passo o ires alterando, infelizmente optaste por desistir.

Conseguiste na tua última acção enquanto criança ser abertura de telejornal, infelizmente foi para noticiar que mais uma alma tinha partido, tenho pena e sinto revolta porque não acredito que o mundo mereça a perda da tua vida.

Espero que estejas onde estiveres, hoje sorrias e que quem cá ficou saiba que estás a sorrir.

A quem te levou ás decisões que tomaste não desejo o mal, porque o remorso é o pior mal com que terão de viver durante os vários anos das suas vidas.

  José Pina

19/02/2013

Quero

Quero:

Mudar de universo
Para uma casa com um anexo.
Quero construir tudo no cimo de uma colina
voltar para onde o futuro se aproxima.

Quero ser a forma de uma fauna e flora
que se desflora ao passar das suas virtudes.
quero o que o tempo devora
quero mudar essas atitudes.

Quero ter na palma da minha mão
o que o tempo vai mudando sem razão.
quero ter no centro deste turbilhão
apenas o que me trouxer a razão.

Quero perceber o que vou fazendo errado
mudar o que todo anda camuflado.
e no meio deste "céu" embrulhado
mudar o destino que foi traçado.


José Pina

17/02/2013

Por entre dois mundos de palavras


Segunda Feira, passei o fim de semana embrulhado em Estudos, tentando resolver os mais complexos problemas com o java, aquele bicho do design que tantas vezes bloqueia.

Chega mais uma 2ª feira, o cansaço não foi recuperado neste fim de semana, e para complementar há um sentimento de solidão que se vai aproximando á medida que vês todos os teus amigos a divertirem se e tu em casa.

A Leitura tornou se a tua verdadeira profissão, tens na cabeça o sentimento de que és livre mas no fim estás preso a essa paixão, os livros tornaram se a tua essência ao longo de todo o Sempre.

Hoje até jogava o teu Benfica, não o viste, tal entretimento te era oferecido por esse livro intitulado "As leis do Design".

No fundo da sala o teu pai chama te para que possas contemplar mais um fenómeno oferecido pelas mais cruéis ruas do nosso pais, finges não ouvir e lá bem no fundo não consegues entender este seu fascínio pelo "azar" alheio, para ti é apenas mais uma família destroçada pela morte de um ente querido.

Pensas para contigo, quero apenas concentrar me nos livros para que mais tarde tenha o futuro que os livros me vão oferecer, contudo esqueceste a tua vida, fizeste a tua infância e a tua adolescência "comendo" palavras, vivendo dentro dos livros e das histórias, esqueceste te que lá fora havia um mundo, construíste o teu próprio mundo e agora por mais que tentes não consegues fugir dele.

Hoje és homem, amanhã é dia de provares ao mundo que ultrapassaste esse limite de viveres embrulhado em livros e em histórias, não vives da ficção, hoje passaste a ser parte da tua própria vida.

José Pina

15/02/2013

A Luz nestas páginas da Saudade

"A Luz nestas páginas da Saudade"

Leio as páginas deste nosso passado, lembro a saudade que tenho de ti, lembro os momentos de diversão,
lembro até os nossos momentos de azar, aqueles em que parecia que a escuridão ia ser eterna.
Lembro me perfeitamente de folhear as folhas daquele livro de culinária que me ofereceste nos meus anos,
tinhas tu a esperança que fosse servir milagrosamente para que eu aprendesse alguma coisa de cozinha.
Nunca aprendi, hoje em dia apenas serve para reviver as tuas memórias, serve para que mesmo á distãncia o mundo pareça mais iluminado.

Se a nossa história fosse um livro, chamaria lhe "A luz nestas páginas da saudade", porque para mim reflecte tudo o que hoje sinto,
Fiquei doente quando te vi virar costas e desistir daquilo a que chamavamos um futuro, fiquei de rastos, tudo o que era luz apagou se na minha cidade.
O sentimento que retrato nas palavras que te gostava de um dia dirigir é que mesmo depois de tudo fazeres para te odiar eu não consigo,
tudo o que um dia senti permaneçe ainda junto a mim, independentemente dos teus erros, aprendi a viver com eles e a saborear as tuas virtudes.

Sabes, á pouco tempo andava eu entretido com tudo aquilo que hoje em dia desprezo, e tu dizias me para tomar atenção porque a luz que me iluminava era a mesma que um dia se apagaria.
Ainda hoje reflicto sobre as tuas palavras e de tão profundas elas serem não consigo decifrar o verdadeiro significado, sei que querias mais atenção, sei que me dizias para andar atento, no entanto não as entendo totalmente.
Dedico te esta crónica porque este é o primeiro livro que te ofereço, não é de gastronomia mas sim de sentimentos, separei o por letras para que consigas chegar mais rapidamente á "saudade" que tenho de ti.
Espero que um dia a luz não se apague e tu possas continuar a iluminar o que o azar tenta estragar constantemente.

Espero que depois de leres estas palavras reflictas sobre o nosso passado, e mesmo que condensado saibas responder lhes com um sentimento verdadeiro,
deste lado a saudade continua e perdura nas infinitas linhas de um caderno sem cor nem final.

Beijos e Abraços
José Pina

10/02/2013

Construi um império

Construi um império de sonhos e de fantasias, por aqueles dias eu tentava parar de sonhar.
Nunca consegui, os sonhos acumulavam se como gotas de água, eu já sem esperança entreguei me aos sonhos e esperei que o desalento se instala se, infelizmente ele também não se instalou, bateu me á porta, sorriu, acenou e foi embora.
Hoje o meu império persiste em pé, apesar da visita do desalento, do medo, do ciúme, da inveja e de tantas outras doenças o meu império persistiu e como que um animal selvagem deitou unhas ás doenças, desfez as descrenças.
Não conquistei nada, não subi ao pódio, não sou o milagre da escrita... Sou eu e ser eu chega me...

Eu persisti, tive vontade de sonhar e sonhei, tive vontade de perseguir os sonhos e corri atrás deles, curva contra curva e em todas as ruas escuras eu não parava para pensar, somente corria atrás dos meus sonhos.
Ainda não sei o final da maioria dos meus sonhos, mas qualquer que seja sei que vou persistir e agarrar cada oportunidade com todas as unhas, afinal esse sou eu, sou um animal selvagem que não tem medo dos desafios, os impérios não tem obrigatoriamente de ser feitos com dinheiro, tu próprio podes construir o teu império.

Sim TU, ignora essas criticas de quem nada persegue, para quem fazer algo com sentimento é agarrar no livro das regras e linha após linha e  escrever a mais correcta poesia ou fazer a mais bela obra sem que no entanto ela transmita um único sentimento.
Existem excepções , felizmente elas existem e ainda bem que assim o é.

Afinal o que é um escritor sem coração ?
Afinal o que são rosas sem petalas?
O que são livros sem letras e sorrisos sem alegria?

Diria Falsidade, somente Falsidade!!!

José Pina

07/02/2013

O Mundo ao Contrário

Andamos neste mundo ao contrário,
como simples seres embrionários.
Somos pessoas sem sonhos neste universo medonho,
os sonhos tornaram se caros neste mundo de milionários.


Somos mentes em construção,
no meio deste milhão que anda em formação.
Pensam eles que andamos cegos e sem credos,
mas nós cremos que o mundo já não tem enredos.

Para nós o passado foi esquecido,
o presente esse sim é por nós vivido.
Esquecendo as ligações que nos prendem a mais um silêncio,
somos quem transmite o tormento e o lamento.

Temos nas nossas mãos a arma da diplomacia,
neste mundo feito de vapor e antipatia.
Desperdiçam se mentes geniais apenas por não seguirem ideais,
desperdiçam se valores morais e trocam se por vitórias morais.

José Pina

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Pedidos de Poemas

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